O Grito dos Excluídos, que em 2024 celebra seus 30 anos de existência, é um dos movimentos sociais mais significativos no Brasil quando se trata de levantar a voz em defesa dos direitos dos marginalizados e invisibilizados. Desde sua criação, em 1995, com o lema “Vida em Primeiro Lugar”, o Grito tem sido uma importante plataforma para denunciar as desigualdades estruturais e promover uma reflexão crítica sobre as reais condições de vida da maioria da população brasileira, em especial dos pobres, negros, indígenas e trabalhadores precarizados.
A cada ano, o Grito dos Excluídos ocorre durante as comemorações do 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. No entanto, o movimento subverte a narrativa oficial, questionando o quanto dessa independência é realmente sentida pelos milhões de brasileiros que vivem à margem das promessas de desenvolvimento e justiça social. Ao longo de três décadas, o Grito manteve acesa a chama da luta por uma verdadeira independência, aquela que transcende o simbolismo e se concretiza em políticas públicas inclusivas, no combate ao racismo estrutural, na superação da pobreza e no direito à dignidade humana.
É crucial compreender que o Grito dos Excluídos não se resume a um evento de protesto, mas é um espaço de articulação popular, que se reinventa a cada ano para se conectar às lutas contemporâneas. Desde 1995, o Brasil passou por inúmeras transformações sociais, políticas e econômicas, e o Grito tem sido uma voz constante no questionamento do modelo de desenvolvimento adotado, que privilegia as elites econômicas em detrimento das maiorias. O grito que ecoa há 30 anos é o de uma nação que ainda não garantiu o básico para sua população, como educação, saúde, moradia e alimentação.
Diante da crescente desigualdade, dos retrocessos nas políticas sociais e do avanço de uma agenda conservadora, o Grito dos Excluídos permanece como uma ferramenta de resistência. Ele reforça que a luta por direitos é contínua e que a verdadeira independência do Brasil só será alcançada quando todos tiverem acesso à cidadania plena, com equidade e justiça social.
Esse marco de 30 anos não apenas celebra a longevidade do movimento, mas também renova o compromisso com a construção de um Brasil onde “Vida em Primeiro Lugar” seja mais do que um lema, mas uma realidade concreta.