Nota do MNU Bahia sobre o concurso da FAMED

O Movimento Negro Unificado da Bahia manifesta seu apoio irrestrito à intelectual, professora e médica Lorena Pinheiro Figueiredo, mulher negra e primeira colocada no concurso para a área de Otorrinolaringologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), conforme homologação oficial.

Repudiamos veementemente a recente decisão judicial que, sem consultar a UFBA, determinou a nomeação de outra candidata, ignorando a importância da Lei de Cotas (Lei n. 12.990/2014) e o papel crucial das políticas de cotas na promoção da igualdade racial e reparação histórica. Tais políticas, que são frutos da luta dos movimentos negros, visam corrigir desigualdades históricas e garantir que candidatos autodeclarados negros tenham suas vagas asseguradas, respeitando o percentual de 20% das vagas em concursos públicos.

A metodologia utilizada pela UFBA, que já foi implementada em diversos editais e reafirma o compromisso da instituição com a justiça social e a inclusão, deve ser respeitada. A decisão judicial que impede a nomeação da professora Lorena representa um grave retrocesso na luta por igualdade e justiça racial.

O Movimento Negro Unificado da Bahia defende que a UFBA mantenha sua postura inclusiva e comprometida com a promoção da justiça social, e solicita que a decisão judicial seja revista, restabelecendo o direito legítimo da professora Lorena de ocupar a vaga para a qual foi aprovada.

Reafirmamos nosso compromisso com a defesa das políticas de ação afirmativa e com a luta contínua pela igualdade racial e pela justiça social. É fundamental que a reparação histórica seja respeitada e que as oportunidades iguais sejam garantidas para todos.

Reaja a violência racial! ✊🏾
Movimento Negro Unificado da Bahia

Sobre

Movimento Negro Unificado (MNU) é uma organização pioneira na luta do Povo Negro no Brasil. Fundada no dia 18 de junho de 1978, e lançada publicamente no dia 7 de julho, deste mesmo ano, em evento nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo em pleno regime militar. O ato representou um marco referencial histórico na luta contra a discriminação racial no país.