O Movimento Negro Unificado da Bahia manifesta total solidariedade à Ministra Vera Lúcia Santana Araújo, vítima de mais um episódio de racismo institucional no Brasil. No último dia 16, a Ministra foi impedida de entrar no 25° Seminário de Ética na Gestão Pública, mesmo sendo palestrante convidada e apresentando sua carteira funcional. O constrangimento só foi revertido após intervenção, escancarando o funcionamento cotidiano das barreiras racistas mesmo nos mais altos escalões do Estado.
Mulheres negras seguem sendo as mais atingidas por essas violências. Nos ambientes de poder, enfrentamos constantemente deslegitimações, silenciamentos e tentativas de apagamento. Superamos obstáculos imensos para ocupar espaços e, ainda assim, somos alvos de constrangimentos que não se justificam senão pelo racismo estrutural e institucional que molda a sociedade brasileira.
Desde 2024, o MNU Bahia, por meio de sua Coordenação de Mulheres, vem monitorando dados sobre múltiplas formas de violência política sofridas por mulheres negras, impulsionando uma campanha de formação, conscientização e reivindicação de medidas concretas que assegurem nossa presença com dignidade e respeito nos poderes legislativo, executivo e judiciário.
Por isso, integramos e fortalecemos a campanha #PorUmaMinistraNegra, ao lado de diversas organizações do movimento negro e de mulheres. A nomeação da Ministra Vera Lúcia ao TSE representou um marco histórico: ela é apenas a segunda mulher negra a ocupar este espaço em toda a história do Tribunal. Não admitiremos que sua presença seja deslegitimada. Sua atuação é parte do projeto de justiça racial que defendemos.
À Ministra Vera Lúcia, nosso respeito, apoio e compromisso com a luta. Sua trajetória nos inspira e reforça a necessidade de mantermos a resistência viva.
Coordenação de Mulheres do Movimento Negro Unificado da Bahia (MNU-BA)