MNU Bahia

NOTA DO MNU SALVADOR EM SOLIDARIEDADE AO CASO DA GERENTE ADRIANA PEREIRA

nota-caso-gerente-adriana

Nós, Movimento Negro Unificado de Salvador, fomos surpreendidos com mais um caso de racismo em Salvador. O caso absurdo de racismo, ocorrido em um restaurante no pelourinho, no dia 23 de Abril de 2023, é uma evidência chocante da persistência do racismo na nossa sociedade brasileira. Não ironicamente, nas ruas do nosso Pelourinho, local histórico de violência a população negra mais um caso de racismo foi televisionado e a racista saiu impune.

É inadmissível que uma pessoa seja tratada de forma discriminatória e ofensiva com base em sua raça ou etnia. Não a toa que o movimento negro no nosso Estado torna-se cada vez mais necessário, a atitude racista da carioca Maria Angelica Guedes, mulher branca, lúcida e completamente ciente das suas ações contra a gerente Adriana Pereira. Para Maria Angelica, mulher branca o lugar das mulheres negras em posição de destaque se tornou espaço para exercer a violência racial, com uma postura repugnante e inaceitável.

É hora reagirmos a violência racial, escancarar a impunidade diante de mais um caso de racismo e garantir que todos sejam tratados com dignidade e respeito, independentemente de sua raça ou etnia. Torna-se fundamental reafirmar que o combate ao racismo não é uma tarefa fácil, mas é essencial. Precisamos de ações concretas, políticas públicas e conscientização para mudar essa realidade. Cada um de nós deve fazer a sua parte para construir uma sociedade justa e igualitária para todos.

Entretanto, vale destacar uma denuncia a gerente Adriana Pereira conseguiu no ato convocar a policia, expondo a violência racial materializando através dos seus direitos o flagrante, por outro lado, mesmo com a presença da autoridade policial constatando a denúncia com testemunhas e vídeos confirmando toda a situação. Ainda assim, a racista atrelada aos privilégios da branquitude, afirmou publicamente que a vítima “tomou isso como algo pessoal” em uma nítida confirmação de que havia cometido o crime de racismo, esta resguardada pelo racismo institucional foi liberada após prestar depoimento. Mais um caso em que a vitima sai exposta e a racista impune. Parece que a mudança na lei, onde o crime de injúria foi equiparado ao racismo e se tornou inafiançável e sem prescrição ainda não saiu do papel para a polícia civil da Bahia.

Portanto, é crucial que todos nós assumamos a responsabilidade de denunciar o racismo sempre que presenciarmos e que possamos unificar nosso esforço para combater esse crime em todos os ambientes, inclusive no sistema policial e jurídico.

Nos colocamos à disposição de Adriana Pereira, mulher negra, gerente e completamente ciente dos seus direitos. Reafirmamos o nosso compromisso com a luta contra o racismo e nos solidarizamos com Adriana que foi duplamente violentada após mais um caso de impunidade no nosso Estado. Racistas não passarão, e não seremos silenciados.

Saudações antirracista, MNU Salvador! ✊🏾✊🏾✊🏾

Sobre

Movimento Negro Unificado (MNU) é uma organização pioneira na luta do Povo Negro no Brasil. Fundada no dia 18 de junho de 1978, e lançada publicamente no dia 7 de julho, deste mesmo ano, em evento nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo em pleno regime militar. O ato representou um marco referencial histórico na luta contra a discriminação racial no país.

Redes Sociais