Arte, memória e resistência: espetáculo “Quintal de Casa” emociona público no Seminário do MNU em Itabuna

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No último dia 11 de julho, durante a programação do Seminário Movimento Negro, Educação e Cultura – edição Itabuna, o público foi presenteado com a estreia do espetáculo “Quintal de Casa”, da Cia de Teatro Negro Mário Gusmão, da cidade de Pau Brasil.

Dirigido por Josivaldo Félix, educador, militante do Movimento Negro Unificado e coordenador estadual de cultura do MNU Bahia, o espetáculo integrou a abertura do evento, realizada no CIEBTEC – Complexo Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológico. Foi um dos momentos mais marcantes do seminário, trazendo à cena narrativas construídas a partir das memórias e vivências dos moradores de Pau Brasil e de outras cidades que compõem o território de identidade do Litoral Sul da Bahia.

“Quintal de Casa” é uma obra de profunda sensibilidade e impacto, que se utiliza da corporeidade dos atores e atrizes como forma de expressão política, poética e ancestral. Por meio da performance, o grupo levou ao palco cenas que colocam em destaque os corpos negros, LGBTQIA+ e femininos – corpos historicamente marginalizados e ainda submetidos às desigualdades estruturais herdadas do processo de colonização brasileira.

Mais do que denúncia, o espetáculo é também um ato de sobrevivência e esperança. Os corpos em cena reivindicam dignidade, rompem com silenciamentos e expressam o desejo de driblar as mazelas sociais e o abandono do poder público, sobretudo nas periferias, onde as ausências do Estado se manifestam com maior crueldade.

A participação da Cia de Teatro Negro Mário Gusmão reforça o papel da cultura como prática de liberdade e ferramenta de formação política. Assim como o seminário, o espetáculo reafirma a potência das linguagens artísticas na luta antirracista e na construção de uma educação comprometida com a diversidade e a justiça social.

 

Sobre

Movimento Negro Unificado (MNU) é uma organização pioneira na luta do Povo Negro no Brasil. Fundada no dia 18 de junho de 1978, e lançada publicamente no dia 7 de julho, deste mesmo ano, em evento nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo em pleno regime militar. O ato representou um marco referencial histórico na luta contra a discriminação racial no país.