‘O Estado precisa repensar as atitudes contra a população negra’, diz liderança do Movimento Negro Unificado

Um dos líderes do Movimento Negro Unificado (MNU) na Bahia, o filósofo Raimundo Bujão, espera que o caso Bruno e Yan Barros – tio e sobrinho mortos após furto de carne no supermercado Atakarejo, no Nordeste de Amaralina, no último dia 26 de abril – não fique restrito apenas nas páginas policiais.

Segundo ele, é preciso que o Estado repense as atitudes dele contra a população negra. O primeiro passo para isso é um encontro entre os familiares de Bruno e Yan, nesta terça-feira (4), com o deputado estadual Jacó (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da AL-BA (Assembleia Legislativa da Bahia).

“Casos como esses vêm sendo constantemente naturalizados. É preciso encerrar essa política de se matar a população negra. É necessária também uma agenda de atividades que envolvam a sociedade neste sentido. São muitas vidas ceifadas e a certeza da impunidade”, disse Bujão, em entrevista ao Portal M!, nesta terça-feira (5).

Ainda conforme a liderança, também é preciso, neste momento, preservar à família de Bruno e Yan que está fragilizada. Além disso, que o movimento negro discuta movimentos unificados e que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) veja nesse caso como um exemplo de uma mudança de resposta nas abordagens.

“Dentre os crimes que acontecem na Bahia, nem 10% chegam a ter investigação”, afirmou Bujão.

Fonte: https://muitainformacao.com.br/post/32609–o-estado-precisa-repensar-as-atitudes-contra-a-populacao-negra—diz-lideranca-do-movimento-negro-unificado-

Sobre

Movimento Negro Unificado (MNU) é uma organização pioneira na luta do Povo Negro no Brasil. Fundada no dia 18 de junho de 1978, e lançada publicamente no dia 7 de julho, deste mesmo ano, em evento nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo em pleno regime militar. O ato representou um marco referencial histórico na luta contra a discriminação racial no país.