Neste sábado (11/05/2024), o Movimento Negro Unificado do Estado da Bahia (MNU-BA) realizou a sua Assembleia Estadual, tendo como objetivos:
- Debater a os principais pontos relacionados à pauta da Assembleia e;
- Eleger a Delegação Estadual para o Congresso Nacional Extraordinário Estatutário do MNU, que ocorrerá nos dias 24, 25 e 26 de maio, em Brasília – DF.
A mesa de abertura foi composta pela Coordenadora Estadual do MNU Bahia, Samira Soares; o Secretário Estadual de Tesouraria, Silas Felix e; a Secretária Estadual de Organização, Lidiane Yoshioka, que apresentaram ao plenário todos os esforços e diálogos realizados no Estado e nacionalmente. A Assembleia Estadual do MNU-BA, rica de debate político e intervenções, contou com representações de, pelo menos, 07 dos diversos municípios e territórios nosso estado da Bahia – Salvador, Cachoeira, Ilhéus, Itabuna, Lauro de Freitas, Lençóis, Xique-Xique.
Em nome do compromisso com nossa entidade e da responsabilidade por um processo necessário de pactuação política no MNU, buscamos, na última semana, construir um esforço de unidade, a partir de uma série de diálogos com a multiplicidade de municípios do nosso Estado e representações da própria Coordenação Nacional (CON).
Compreendendo a importância da garantia de participação de ambos os setores existentes no estado, com situações ainda não resolvidas sobre a devida atenção da Coordenação Nacional, acreditamos nos consensos que resultaram desse esforço político – sejam eles:
- i) a realização de duas plenárias presencias em separado (Feira de Santana e Salvador);
- ii) a respectiva eleição de até 08 delegades para a primeira e de até 07 delegades para a segunda e;
iii) apesar da tiragem de delegades em separado, a garantia uma única delegação, em unidade, do estado da Bahia. Era esse o nosso sentimento e expectativa, comunicado tanto no estado quanto nacionalmente.
Infelizmente, fomos surpreendidas/os com uma quebra de acordo, por parte do outro setor existente na Bahia, em relação à divisão da delegação e consequente participação no Congresso Nacional Estatutário Extraordinário.
Em retomada do diálogo com a CON, afirmando a necessidade de garantia da delegação unitária composta por ambos os setores, como acordado, fomos surpreendidas/os, ainda hoje, no curso de nossa Assembleia Estadual, de que já havia uma delegação eleita (!!!), e que não poderíamos tirar uma delegação.
O grau de intransigência e autoritarismo não apenas rompe os esforços de diálogo no nosso Estado, como ignora a construção política exitosa do MNU Bahia no último período e desrespeita a mobilização de cada município do interior que faz parte da nossa coordenação, eleita em um processo transparente, rico e participativo de uma base de quase 30 municípios baianos.
A partir desse cenário, e, no curso da pauta da Assembleia, realizamos o processo de eleição da nossa Delegação cheia, com a indicação de 15 (quinze) pessoas para a participação no Congresso Nacional, em atendimento e de acordo com as orientações para o processo, assim como enviaremos no prazo toda a documentação exigida para homologação do processo.
Diante do exposto, reiteramos, em Assembleia, não apenas a exigência de respeito à nossa construção na Bahia – que não só expressa a diversidade territorial, mas também a legitimidade política junto aos demais movimentos, organizações, governos e povos em luta – como colocamos o desafio à CON a solução, equilibrada e coerente com os princípios e o legado do MNU, em relação a esse impasse.
Reafirmamos nosso sentimento de construção e fortalecimento da nossa entidade, e que isso se faça por meio do diálogo e respeito à diversidade política existente em nossas fileiras, ainda que estes não tenham sido respeitados pelas instâncias que deveriam gerenciar processos similares de crise. Reafirmamos que somos militantes filiados e atuantes, e exigimos nosso direito a voto e voz em todos os espaços de debate e decisão democrática da nossa organização.
Construímos o MNU a partir dos seus princípios e nossa tarefa segue sendo fortalecê-lo, de forma também a não deixar passar tentativas de silenciamento, exclusão, controle autoritário e aniquilamento político. Reivindicamos o respeito, o espírito de unidade na diversidade e o fortalecimento político do movimento negro como elementos que nos guiam.
Juntos, juntas e juntes, vamos mais longe!
Vida longa ao Movimento Negro Unificado na Bahia e no Brasil! Rumo ao nosso Congresso Nacional Extraordinário Estatutário! Luiz Alberto, presente!
COORDENAÇÃO MNU BAHIA